Essa semana definitivamente irá servir como premissa de uma decisão bastante controversa. Explico. O imbróglio todo, gira ao redor de dois problemas fundamentais, o primeiro, mais geral e menos original, está na confecção do meu trabalho de conclusão de curso. Cada vez que abro o Word para escrever alguma palavra é constrangedor. O segundo pilar que fundamenta minha incerteza e tristeza aguda, sem dúvida alguma, é a saudade da minha família. Piegas? Imagina só...
Preciso continuar a jornada em dois possíveis caminhos: voltar para casa e terminar o curso no próximo ano, ou, escolher um polivitamínico danado de forte (ouvindo sugestões). Isso tudo porque filosofia não é para os fracos, ao menos os de espírito. Lamentações a parte, vamos ao post de hoje.
Como no início do texto, o que acomete meu sofrido intelecto por esses dias, sem ser a derrota do Corinthians, são perguntas que apesar de muito parecer importantes, são esquecidas ou acabam passando desapercebidas pela maioria das pessoas. Poderia elencá-las em ordem de importância ou cronológica. Como estou um pouco sonolento, vou buscando na memória e escrevendo na ordem “Hipnológica”. La vamos nós.
I – Acompanhando o debate entre os ministros do Supremo Tribunal de Justiça, amplamente exibido, repetido e comentado pela televisão, jornais, revistas e até folhetim dos hinos da missa de domingo (ufa!), pude reparar em uma das acusações do ministro Joaquim Barbosa contra o outro “excelente” colega, ministro Gilmar Mendes. Altamente inflamado, vociferou Joaquim:
- Vossa excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar. Respeite.
Aí, a conversa descamba para aquela briga de magistrado, com “me respeite” daqui, “respeite-me o senhor” de outro, “vossa excelência não tem moral alguma” seguida de “vossa excelência não tem condição alguma de falar sobre mim”, etc. Antes fossem disputar o desagrado em uma “partida de damas”, como o parecem de fato. Mas não devemos nos esquecer da frase de Joca (permitida a intimidade). O que quis dizer o ministro, amigo(a) leitor? Quando não temos fatos ou informações, apelamos para a imaginação política, tão presente em nosso povoado imaginário de castelos, pensões para gado, passagens aéreas para sogra, enfim, o (i)mundo político entremeado de possibilidades. Como diria a Coca-Cola, impossible is nothing.
Para mim, algo ficou no ar, e ninguém quis ir atrás. Nem jornalista, nem cronista e nem urologista. Ninguém pôs o dedo na ferida. Fica aqui o meu desagrado. Como se alguém se importasse, mesmo.
II – A segunda questão é cercada de pirotecnia, mas tão infundada e oportunista quanto a crítica sobre o título mundial do Alvinegro. O vírus Influenza A (H1N1). Incrível como a enxurrada de alertas globais, previsões catastróficas e contágios mortais tem tomado boa parte do nosso tempo. Um dia desses, enquanto tomava uma tônica no bar, começou a chover. Assim de repente, como quando íamos para a educação física felizes e voltávamos irados pelo cancelamento por conta da quadra molhada. Um senhor olhou para mim, e negando com a cabeça, exclamou desacreditado: - O aquecimento global está deixando o tempo maluco. As pessoas também, pensei. De dar inveja a George Romero.
Lendo o texto de João Pereira Coutinho na Folha de SP (5/05/09) tomei um susto ao atentar para as pandemias, que teoricamente, nos matariam. A lista conta com: A doença da Vaca Louca (encefalopatia espongiforme bovina) entre 1990 e 2000; a paralisação do mundo por conta da virada do milênio, com um planeta já permeado de tecnologia por todos os lados, conjecturou-se aviões caindo, bolsa de valores inoperáveis ou desordenadas, computadores explodindo, sem saber o que fazer com a troca do /99 por /00; depois vem a gripe aviária, ou gripe do frango, como quiserem. Ela também teve gigantesca “influenza” na economia mundial e nos ânimos de minha mãe. Pavor era palavra de ordem, e por um bom tempo não tivemos “franguinho na panela“. Quando o papagaio de casa espirrou, todo mundo parou de comer na mesa e saiu de fininho para a sala. Dormiu junto com os cachorros.
Em menos de 20 anos, tememos a morte globalizada por quatro vezes. É muito. Qual a próxima morte que iremos previnir, à-toa?
III – Agora que convenci minha avó que o curso que faço serve para alguma coisa, e depois de ler uma centena de artigos sobre educação e a sua relação/justificativa com a filosofia no ensino médio, a coisa toda acaba. Bravo! Acabam de aprovar a obrigatoriedade das disciplinas de filosofia e sociologia nas escolas, e logo vem um novo plano para melhorar a educação no país.
Deviam começar planejando melhor as ações do ministério da educação e governo federal. O novo formato, abrange quatro áreas temáticas: matemática, línguas, exatas e biológicas, e por fim, radicalmente justificado e bem determinado, humanas. Lindo, não? Serei professor de humanas. O próximo passo, será adotar uma disciplina ainda mais rigorosa e criterizada, chamar-se-á, vida. Hoje teremos aula do que Aninha? Hoje vamos estudar a vida, Joca! A prova será digna de suicídio. Qual a formação de um professor da matéria vida? Padre. Difícil entender... como a maldita música do padre no comercial, “humano demais para compreender, humano demais para entender...” Espero ansioso pelas novas decisões do Mec. Você não?
Enquanto escrevia, ouvia:
Preciso continuar a jornada em dois possíveis caminhos: voltar para casa e terminar o curso no próximo ano, ou, escolher um polivitamínico danado de forte (ouvindo sugestões). Isso tudo porque filosofia não é para os fracos, ao menos os de espírito. Lamentações a parte, vamos ao post de hoje.
Como no início do texto, o que acomete meu sofrido intelecto por esses dias, sem ser a derrota do Corinthians, são perguntas que apesar de muito parecer importantes, são esquecidas ou acabam passando desapercebidas pela maioria das pessoas. Poderia elencá-las em ordem de importância ou cronológica. Como estou um pouco sonolento, vou buscando na memória e escrevendo na ordem “Hipnológica”. La vamos nós.
I – Acompanhando o debate entre os ministros do Supremo Tribunal de Justiça, amplamente exibido, repetido e comentado pela televisão, jornais, revistas e até folhetim dos hinos da missa de domingo (ufa!), pude reparar em uma das acusações do ministro Joaquim Barbosa contra o outro “excelente” colega, ministro Gilmar Mendes. Altamente inflamado, vociferou Joaquim:
- Vossa excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar. Respeite.
Aí, a conversa descamba para aquela briga de magistrado, com “me respeite” daqui, “respeite-me o senhor” de outro, “vossa excelência não tem moral alguma” seguida de “vossa excelência não tem condição alguma de falar sobre mim”, etc. Antes fossem disputar o desagrado em uma “partida de damas”, como o parecem de fato. Mas não devemos nos esquecer da frase de Joca (permitida a intimidade). O que quis dizer o ministro, amigo(a) leitor? Quando não temos fatos ou informações, apelamos para a imaginação política, tão presente em nosso povoado imaginário de castelos, pensões para gado, passagens aéreas para sogra, enfim, o (i)mundo político entremeado de possibilidades. Como diria a Coca-Cola, impossible is nothing.
Para mim, algo ficou no ar, e ninguém quis ir atrás. Nem jornalista, nem cronista e nem urologista. Ninguém pôs o dedo na ferida. Fica aqui o meu desagrado. Como se alguém se importasse, mesmo.
II – A segunda questão é cercada de pirotecnia, mas tão infundada e oportunista quanto a crítica sobre o título mundial do Alvinegro. O vírus Influenza A (H1N1). Incrível como a enxurrada de alertas globais, previsões catastróficas e contágios mortais tem tomado boa parte do nosso tempo. Um dia desses, enquanto tomava uma tônica no bar, começou a chover. Assim de repente, como quando íamos para a educação física felizes e voltávamos irados pelo cancelamento por conta da quadra molhada. Um senhor olhou para mim, e negando com a cabeça, exclamou desacreditado: - O aquecimento global está deixando o tempo maluco. As pessoas também, pensei. De dar inveja a George Romero.
Lendo o texto de João Pereira Coutinho na Folha de SP (5/05/09) tomei um susto ao atentar para as pandemias, que teoricamente, nos matariam. A lista conta com: A doença da Vaca Louca (encefalopatia espongiforme bovina) entre 1990 e 2000; a paralisação do mundo por conta da virada do milênio, com um planeta já permeado de tecnologia por todos os lados, conjecturou-se aviões caindo, bolsa de valores inoperáveis ou desordenadas, computadores explodindo, sem saber o que fazer com a troca do /99 por /00; depois vem a gripe aviária, ou gripe do frango, como quiserem. Ela também teve gigantesca “influenza” na economia mundial e nos ânimos de minha mãe. Pavor era palavra de ordem, e por um bom tempo não tivemos “franguinho na panela“. Quando o papagaio de casa espirrou, todo mundo parou de comer na mesa e saiu de fininho para a sala. Dormiu junto com os cachorros.
Em menos de 20 anos, tememos a morte globalizada por quatro vezes. É muito. Qual a próxima morte que iremos previnir, à-toa?
III – Agora que convenci minha avó que o curso que faço serve para alguma coisa, e depois de ler uma centena de artigos sobre educação e a sua relação/justificativa com a filosofia no ensino médio, a coisa toda acaba. Bravo! Acabam de aprovar a obrigatoriedade das disciplinas de filosofia e sociologia nas escolas, e logo vem um novo plano para melhorar a educação no país.
Deviam começar planejando melhor as ações do ministério da educação e governo federal. O novo formato, abrange quatro áreas temáticas: matemática, línguas, exatas e biológicas, e por fim, radicalmente justificado e bem determinado, humanas. Lindo, não? Serei professor de humanas. O próximo passo, será adotar uma disciplina ainda mais rigorosa e criterizada, chamar-se-á, vida. Hoje teremos aula do que Aninha? Hoje vamos estudar a vida, Joca! A prova será digna de suicídio. Qual a formação de um professor da matéria vida? Padre. Difícil entender... como a maldita música do padre no comercial, “humano demais para compreender, humano demais para entender...” Espero ansioso pelas novas decisões do Mec. Você não?
Enquanto escrevia, ouvia:
Louis Armstrong Feat. Sy Oliver's Orchestra - La Vie En Rose | ||
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cab calloway - minnie the moocher | ||
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The Little Willies - Love Me | ||
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Rupa and The April Fishes - Une americaine a Paris | ||
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Louis Prima - Just a Gigolo | ||
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Aretha Franklin - Respect | ||
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2 comentários:
Douglas,
Que blog gostoso de ler!
Escolhi comentar nesta postagem totalmente a esmo. Poderia ter comentado em qualquer outra das que li com gosto.
Parabéns!
Obrigado Allan, fico muito feliz que tenha gostado dos textos. Nunca escrevemos em um blog, com a intenção de não ser lido, mas quando isso acontece, isto é, quando publicamos o texto e ele é elogiado, a felicidade dobra. Abraço, Douglas.
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