segunda-feira, 25 de maio de 2009

Abacaxi Da Madrugada

Podem acreditar que o poder de Deus acabou de mudar a programação da Band. Em plena madrugada de sábado, a única coisa que vejo pulando e gritando, não se chama Emmanuelle. Lá se foram, e nisso embarcam comigo muitos leitores do blog, as lembranças libidinosas de nossa adolescência destemida. Talvez, esse tenha sido o maior sacrilégio dos últimos anos. Agora, parece que foi um golpe duramente preparado, para atingir em cheio nosso coração. Que atire a primeira bíblia quem nunca deu uma zapeada na madrugada da Band, nos finais de semana. Aja fogueira santa para queimar tanto pecado. Queima a CCE deste moleque desregulado, em nome de Jesuis!

De maluquice em maluquice vai este post, diretamente da madrugada mais sem graça dos últimos tempos. Só uma olhada em um recado aqui e outro ali para dar um lapso de alegria. Conversando com meus pais hoje, ainda no começo da noite, fui informado da mais nova aquisição do meu querido avô. Trata-se de um carro novo, uma casa na praia ou terreno no cemitério? Nenhuma das anteriores. Na realidade, o investimento foi em dezoito abacaxis. É isso aí, coleção de ananás. Pelo lado bom, dizem que o preço vai subir, e meu avô com 83 anos, investirá no agronegócio. O abacaxi é o futuro!

Se eu pudesse ter tantos frutos assim (cinco, e já não tem espaço na casa), colocaria todos eles no sol, enfileirados, com a coroa verdinha, só para dar inveja aos vizinhos. Que se lixem, gosto de companhia e abacaxi, diria eu, se estivesse na pele de meu avô. Mas ele prefere fingir que não escuta... Ok, ele não escuta, mas se escutasse, fingiria. Com o cabelinho branco, e o rosto com mais pregas que a sanfona do Mario Zan, vai levando tudo numa boa.

Por esses dias, acho que encontrei uma boa nova banda. Chama-se Antony And The Johnsons, mas vou logo avisando, não faz música para qualquer ouvido e não, essa não é uma advertência deveras arrogante. Na arte, para mim e somente para mim, o valor depende absolutamente de quem aprecia. Mas é claro, se estiver lendo João Cabral de Melo Neto e achar ruim, o problema está com você (hoje, no melhor estilo Abujamra de ser).


Enquanto escrevia, ouvia:

Discover Zeca Baleiro!

Um comentário:

Alison Mandeli disse...

Olá Douglas.

Seus textos estão cada vez melhores. Seu estilo é realmente cativante.

Um grande abraço.