segunda-feira, 8 de junho de 2009

A verdade, meu amor, mora num poço...

Eu não havia me tocado (antes eu, que outros não?), de como posso perder algo grandioso esse ano. Agora que tomei para mim a ideia de que não irei me formar nesse semestre, que já chega, percebi que irei perder, além de um ano de estudos, a colação de grau com meus amigos. Amigos mesmo, não colegas de sala. Estou muito feliz, na certeza que muitos daqueles que sentaram ao meu lado, por esses quatro anos, irão ser grandes professores, se assim o quiserem. Também contente, pelo fechamento de um ciclo em seu tempo perfeito, como proposto pelo curso, isto é, a formação de um aluno-filósofo em quatro anos. Pena eu não conseguir essa façanha.

Esse sopro provocativo, veio em uma conversa notívaga, com minha irmã. Não tinha pensado nisso. Agora, fiquei martelando isso em minha mente, com uma tristeza insistente, que antes não existia. Como pude me descuidar. Não subirei ao púlpito, se houver um, para triunfante, comemorar a conclusão das famigeradas 2.852 horas de formação acadêmica filosófica. Pena.

Com dor no coração, sem ser pelo péssimo estilo de vida, caminhemos ao ponto central do problema: com quem irei debater as provas da existência de Deus, se não com meu estimado amigo, Alison? E quando as dúvidas sobre Schopenhauer abaterem, sobre minha debilitada vontade, onde estará Renata? Pior, em que ocasião, senão a dos intervalos e tempos livres na UEL, poderei aprender sobre os deveres de uma postura liberal e, conseqüentemente seus benefícios, sem o provocativo Ralph? A isso, soma-se a união, quase que tribal, entre kantianos e berkleyanos, sempre dispostos a defender os bons raciocínios filosóficos. Puxa, que falta isso irá me fazer... Isso, porque não citei outros grandes amigos, com outras grandiosas concepções de mundo, sempre ensinando-me algo surpreendente.

O que acalenta meu pesar, mesmo nadando contra a corrente do tempo, é a esperança de que não percamos contato. Gostaria mesmo que isso não acontecesse. Ganhei tanto com essas pessoas, e em troca, apenas contei algumas piadas velhas, já carcomidas pelo tempo. Ah esse tempo...


Enquanto escrevia, ouvia:

Um comentário:

Unknown disse...

Porém, contudo, entretanto, todavia e no entanto, meu amor, neste poço você pode encontrar sempre que quiser esta tua amiga aqui, talvez eu não consiga acompanhar a tua formatura no próximo ano devido à motivos similares aos teus, ultimamente eu não acompanho nem os mesmos filmes né, mas espero que pelo menos eu possa ir festejar contigo cantarolando algum samba velho já carcomido pelo tempo... rsrs... Um abraço de urso!!!