"Mas tenho alguma esperança considerando que nem sempre as vistas largas são as mais claras, e que um míope, obrigado a colocar o objeto mais perto, pode talvez por um exame próximo descobrir o que não viram melhores olhos" (George Berkeley)
Podem acreditar que o poder de Deus acabou de mudar a programação da Band. Em plena madrugada de sábado, a única coisa que vejo pulando e gritando, não se chama Emmanuelle. Lá se foram, e nisso embarcam comigo muitos leitores do blog, as lembranças libidinosas de nossa adolescência destemida. Talvez, esse tenha sido o maior sacrilégio dos últimos anos. Agora, parece que foi um golpe duramente preparado, para atingir em cheio nosso coração. Que atire a primeira bíblia quem nunca deu uma zapeada na madrugada da Band, nos finais de semana. Aja fogueira santa para queimar tanto pecado. Queima a CCE deste moleque desregulado, em nome de Jesuis!
De maluquice em maluquice vai este post, diretamente da madrugada mais sem graça dos últimos tempos. Só uma olhada em um recado aqui e outro ali para dar um lapso de alegria. Conversando com meus pais hoje, ainda no começo da noite, fui informado da mais nova aquisição do meu querido avô. Trata-se de um carro novo, uma casa na praia ou terreno no cemitério? Nenhuma das anteriores. Na realidade, o investimento foi em dezoito abacaxis. É isso aí, coleção de ananás. Pelo lado bom, dizem que o preço vai subir, e meu avô com 83 anos, investirá no agronegócio. O abacaxi é o futuro!
Se eu pudesse ter tantos frutos assim (cinco, e já não tem espaço na casa), colocaria todos eles no sol, enfileirados, com a coroa verdinha, só para dar inveja aos vizinhos. Que se lixem, gosto de companhia e abacaxi, diria eu, se estivesse na pele de meu avô. Mas ele prefere fingir que não escuta... Ok, ele não escuta, mas se escutasse, fingiria. Com o cabelinho branco, e o rosto com mais pregas que a sanfona do Mario Zan, vai levando tudo numa boa.
Por esses dias, acho que encontrei uma boa nova banda. Chama-se Antony And The Johnsons, mas vou logo avisando, não faz música para qualquer ouvido e não, essa não é uma advertência deveras arrogante. Na arte, para mim e somente para mim, o valor depende absolutamente de quem aprecia. Mas é claro, se estiver lendo João Cabral de Melo Neto e achar ruim, o problema está com você (hoje, no melhor estilo Abujamra de ser).
Havia dito, no final do outro post, que algo por esses dias tinha me deixado um tanto quanto doído. Pode, e até que pode mesmo, ser por conta dessa má fase que venho passando. Por outro lado, depende também, essa minha dor, de algo justificável. Talvez, se eu conseguir explicar razoavelmente o motivo, vocês também se sintam estranhos, ou envergonhados. Lá vai. A razão desse preâmbulo explicativo cheio de tristeza e suspense, está na sabatina do Ronaldo na Folha de SP. Não se espantem, não foi outro escândalo de grosso calibre. Antes, uma constatação, que vai direto no orgulho de ser tupiniquim, jogar futebol arte, tomar caldo de cana a cada esquina ou ter como presidente “o cara”.
Em uma das perguntas da sabatina, Ronaldo defendeu uma educação européia ao seu filho, mais especificamente, na Espanha. Atribuiu ao seu descendente, caráter amável e temperamento calmo. Ora, nada mais natural que um pai coruja elogiar seu filho, o ponto está nas próximas falas. Apesar de um bom filho, devidamente “europerizado”, Ronald (sem o “o” mesmo), quando vem ao Brasil passar férias, aprende um bocado de palavrões; ainda, para desespero de seu pai, convive com a malandragem dos amiguinhos brasileiros, elevada ao cubo se comparada com a dos pequenos hispânicos. Preciso continuar?
Se tivesse dito “A educação na Espanha é superior”, talvez eu ficasse um pouco chateado, contrariado, irritado. Mas não ficou barato, ou mesmo demagógico, a resposta do camisa 9. Somos uma nação de malandros (ainda no bom sentido, ainda...)? De alunos, professores, bancários, flanelinhas, engenheiros, donas-de-casa, etc sem nenhum caráter, como o filho da velha índia, parido no fundo do mato-virgem? De tão cruelmente honesta, que foi a resposta, fiquei sem saber como contra-argumentar.
Como bem salientou Clóvis Rossi, no dia posterior a sabatina, ninguém é capaz de tornar ilegítima a análise de Ronaldo, sobre o nosso “caráter nacional”. Ele é filho da pobreza (não estou insinuando nada, nem fazendo propaganda de margarina), conviveu com as crianças libertinas, que agora teme. O que viveu de Brasil parece bastar. Não é um dinamarquês, suíço ou mesmo neto de algum deles, para falar do que não conhece. O carismático dentuço conhece o Brasil, melhor que muitos, e resolveu desistir dele, ao contrário do comercial e da música do Raul. Justificado “esse aperto aqui dentro do meu peito, desses que o sujeito não pode agüentar”? Mas agora, passo a bola para vocês, querido leitor(a). Sem dúvida, mais um post, desesperadamente, rápido.
Começar o post reclamando. Impressionante, como o café na xícara esfria rápido. É de se assustar, mal escrevo duas linhas, e lá se vai mais um pouco do calor. Desse jeito, vou ser obrigado a beber café como rabo de galo, num único gole. Vai ter que ser assim, vai ter que ser assim... Na ordem do dia, nada de novo, nada. Na semana, pude assistir mais um capítulo da série Runaway, que passa nas madrugadas da Globo. É notadamente fraca, com estórias de amores juvenis, perseguição megalomaníaca e um tom dramático... cômico. Mas, como nem sempre tudo é tão ruim como parecer ser (pergunte a um bêbado), um pequeno diálogo me chamou a atenção. Enquanto mobilizava desesperadamente a família para fugir - não interessa o motivo – uma personagem, secundária, perguntou: - Quando estamos sob a mira de uma investigação, devemos fugir ao menor sinal de perigo, ou, permanecer onde se está, na tentativa de não agir desnecessariamente, causando maior suspeita?
Interessante, não? Vou pensar aqui, na melhor solução possível, mas podem ir respondendo. Irão me ajudar. Colheres de chá à parte, o enredo do seriado é medíocre. Para mim, as séries estão muito apelativas com esses forçados tons de suspense. Uma ferramenta fundamental para qualquer história, o suspense serve para dar “um tom” ora aqui, ora ali. Fica insuportável acompanhar séries como Lost (não atirem no pianista, nem em mim), calcadas em suspenses demasiadamente longos, irritantes. Perde-se o roteiro baseado em bons conflitos psicológicos, inimigos memoráveis, dramas existenciais, problemas éticos, para um misticismo tolo, explicado em um episódio final, do tipo “até que enfim explicou essa porcaria”.
Enfim, vamos mudar de assunto, sem fortes revelações ou tropicais ursos polares.
É iminente em mim a idéia do “fico sempre por um triz”. Calma, tudo bem que avisei, mudaria de assunto, mas rápido assim, confunde. Essa conclusão é resultado de algumas premissas (não diga!), inarráveis nesse espaço. Por que comecei a escrever então? Sei lá, eu avisei que sempre fico por um triz... um dia eu conto. A outra conversa, essa “escritível”, diz respeito a lamentável lei anti-fumo de São Paulo, que hoje (18/05/09) na Folha de SP foi defendida por um secretário qualquer do Serra. O pobre diabo exaltava de tal forma a iniciativa, que parei de ler na metade. Como você, crítico do texto, parou na metade? Ora, o indivíduo listou sete melhorias na vida do cidadão (baseado em dados de Nova Iorque) com a imposição da lei, que pareceram-me surreais. Eram dados referentes aos dois últimos anos, sabidamente férteis ao desenvolvimento econômico mundial, mas ele nem quis saber. Tirou conclusões a torto e a direito.
Atribuiu crescimento de bares e restaurantes, freqüência de pessoas, aumento na oferta de empregos do ramo, como conseqüência da lei. Sério, tudo resultado da ação estatal impedindo o infeliz de fumar. Claro, pensam eles, devemos cuidar daquele idiota, que fuma mais que Preto Velho em dia de oferenda, e causa prejuízos ao SUS e a si mesmo. Nem preciso comentar, pessoas mais inteligentes que eu comentaram, basta lê-las (Lei antifumo e liberdade).
Vou ficando por aqui, mas escrevo logo, pois um assunto me deixou bem doído por esses dias. Depois eu conto, mas trata-se de algo imperdível, inovador, incrível... hahaha! Viva ao suspense de meia tigela! Abraços!
Acabei de ler o jornal. Interessante terminar o dia sabendo das noticias. Na realidade, não há grande problema, levando em consideração que vou dormir às 8 da manhã, e acordo a tempo de passar um café, tomar um banho, checar os e-mails e trancar a porta de casa correndo, para dar tempo de chegar ao ponto de ônibus, por volta das 18:30. Minha hora de trabalho, desde o ensino médio, é a madrugada. Qualquer dia desses, exalto meu amor pela madrugada.A paz da atividade noturna não tem igual. Eu, por exemplo, posso abrir a janela da sala sem que ninguém fique olhando para minha cara (conseqüência de morar no térreo, e ter vizinhas zelosas); o telefone é sinônimo de tranqüilidade, a não ser que alguém morra. O clima suaviza, dando aquela paz de espírito.
Esta madrugada, infelizmente, não estou bem para escrever (eu já disse que sinto saudades de casa?). Assiste televisão, Douglas! Claro! Quando a ligo, vejo: E o filme escolhido pela maioria foi “Eu ainda sei o que vocês fizeram no verão passado”. Imagino o espírito de porco que liga para escolher um filme desses. No mínimo, deve ter compromisso para essa noite, fazendo zombaria dos insones. Pela maioria? Oh céus, se não acertam nem no Intercine... E sabem o que tem de corujão? Elza 2, a incrível história de um menino solitário, que encontra em uma leoa o significado da palavra amizade. Agora diz, por quê? É imoral não dormir a noite? Mereço esse castigo? Resta-me a companhia dos pastores, Canção Nova e Elza. Viva a madrugada. Aleluia!
(Será maldição? O blogspot não acerta a data da publicação. A data correta é: Sexta-feira, 15 de maio de 2009.)
Tenho uma difícil tarefa esta noite, e não parece que vou me safar. Prova de Lógica. Acredito, honestamente, que irei fazê-la com extrema insegurança e medo. Mas... vamos lá!
Essa semana definitivamente irá servir como premissa de uma decisão bastante controversa. Explico. O imbróglio todo, gira ao redor de dois problemas fundamentais, o primeiro, mais geral e menos original, está na confecção do meu trabalho de conclusão de curso. Cada vez que abro o Word para escrever alguma palavra é constrangedor. O segundo pilar que fundamenta minha incerteza e tristeza aguda, sem dúvida alguma, é a saudade da minha família. Piegas? Imagina só...
Preciso continuar a jornada em dois possíveis caminhos: voltar para casa e terminar o curso no próximo ano, ou, escolher um polivitamínico danado de forte (ouvindo sugestões). Isso tudo porque filosofia não é para os fracos, ao menos os de espírito. Lamentações a parte, vamos ao post de hoje.
Como no início do texto, o que acomete meu sofrido intelecto por esses dias, sem ser a derrota do Corinthians, são perguntas que apesar de muito parecer importantes, são esquecidas ou acabam passando desapercebidas pela maioria das pessoas. Poderia elencá-las em ordem de importância ou cronológica. Como estou um pouco sonolento, vou buscando na memória e escrevendo na ordem “Hipnológica”. La vamos nós.
I – Acompanhando o debate entre os ministros do Supremo Tribunal de Justiça, amplamente exibido, repetido e comentado pela televisão, jornais, revistas e até folhetim dos hinos da missa de domingo (ufa!), pude reparar em uma das acusações do ministro Joaquim Barbosa contra o outro “excelente” colega, ministro Gilmar Mendes. Altamente inflamado, vociferou Joaquim:
- Vossa excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar. Respeite.
Aí, a conversa descamba para aquela briga de magistrado, com “me respeite” daqui, “respeite-me o senhor” de outro, “vossa excelência não tem moral alguma” seguida de “vossa excelência não tem condição alguma de falar sobre mim”, etc. Antes fossem disputar o desagrado em uma “partida de damas”, como o parecem de fato. Mas não devemos nos esquecer da frase de Joca (permitida a intimidade). O que quis dizer o ministro, amigo(a) leitor? Quando não temos fatos ou informações, apelamos para a imaginação política, tão presente em nosso povoado imaginário de castelos, pensões para gado, passagens aéreas para sogra, enfim, o (i)mundo político entremeado de possibilidades. Como diria a Coca-Cola, impossible is nothing.
Para mim, algo ficou no ar, e ninguém quis ir atrás. Nem jornalista, nem cronista e nem urologista. Ninguém pôs o dedo na ferida. Fica aqui o meu desagrado. Como se alguém se importasse, mesmo.
II – A segunda questão é cercada de pirotecnia, mas tão infundada e oportunista quanto a crítica sobre o título mundial do Alvinegro. O vírus Influenza A (H1N1). Incrível como a enxurrada de alertas globais, previsões catastróficas e contágios mortais tem tomado boa parte do nosso tempo. Um dia desses, enquanto tomava uma tônica no bar, começou a chover. Assim de repente, como quando íamos para a educação física felizes e voltávamos irados pelo cancelamento por conta da quadra molhada. Um senhor olhou para mim, e negando com a cabeça, exclamou desacreditado: - O aquecimento global está deixando o tempo maluco. As pessoas também, pensei. De dar inveja a George Romero.
Lendo o texto de João Pereira Coutinho na Folha de SP (5/05/09) tomei um susto ao atentar para as pandemias, que teoricamente, nos matariam. A lista conta com: A doença da Vaca Louca (encefalopatia espongiforme bovina) entre 1990 e 2000; a paralisação do mundo por conta da virada do milênio, com um planeta já permeado de tecnologia por todos os lados, conjecturou-se aviões caindo, bolsa de valores inoperáveis ou desordenadas, computadores explodindo, sem saber o que fazer com a troca do /99 por /00; depois vem a gripe aviária, ou gripe do frango, como quiserem. Ela também teve gigantesca “influenza” na economia mundial e nos ânimos de minha mãe. Pavor era palavra de ordem, e por um bom tempo não tivemos “franguinho na panela“. Quando o papagaio de casa espirrou, todo mundo parou de comer na mesa e saiu de fininho para a sala. Dormiu junto com os cachorros.
Em menos de 20 anos, tememos a morte globalizada por quatro vezes. É muito. Qual a próxima morte que iremos previnir, à-toa?
III – Agora que convenci minha avó que o curso que faço serve para alguma coisa, e depois de ler uma centena de artigos sobre educação e a sua relação/justificativa com a filosofia no ensino médio, a coisa toda acaba. Bravo! Acabam de aprovar a obrigatoriedade das disciplinas de filosofia e sociologia nas escolas, e logo vem um novo plano para melhorar a educação no país.
Deviam começar planejando melhor as ações do ministério da educação e governo federal. O novo formato, abrange quatro áreas temáticas: matemática, línguas, exatas e biológicas, e por fim, radicalmente justificado e bem determinado, humanas. Lindo, não? Serei professor de humanas. O próximo passo, será adotar uma disciplina ainda mais rigorosa e criterizada, chamar-se-á, vida. Hoje teremos aula do que Aninha? Hoje vamos estudar a vida, Joca! A prova será digna de suicídio. Qual a formação de um professor da matéria vida? Padre. Difícil entender... como a maldita música do padre no comercial, “humano demais para compreender, humano demais para entender...” Espero ansioso pelas novas decisões do Mec. Você não?
Enquanto escrevia, ouvia:
Louis Armstrong Feat. Sy Oliver's Orchestra - La Vie En Rose
Anteontem, fui ao Cine Teatro Ouro Verde assistir a peça Wittgenstein! (com exclamação mesmo). Assistir seria de veras pouco. Na verdade, contemplei.
Escrevendo de maneira retrospectiva, saí de casa meio desanimado, meio sem querer deixar a minha melancolia tomar um pouco de ar. Já pensei no ônibus, na minha dificuldade de encontrar as ruas em Londrina, mesmo as mais banais. Mas aqui em casa sempre tem a campanha “Vai dar uma volta Douglas” encabeçada pela minha irmã. Logo brotaram alguns prós que levantaram-me da letargia que tomava minha existência, mais especificamente, foram dois: o convite de ir tomar um sorvete na Higienópolis e uma carona até o Ouro Verde.
Depois dos prós concretizados, e devidamente orientado, estacionei em frente ao Cine com quase uma hora de antecedência. A vantagem é que o quanto antes chegamos, mais tempo temos para discutir algumas coisas com alguns queridos amigos. Nesse ritmo, encontrei alguns professores e amigos, o que sempre é garantia de uma boa conversa.
Faltando alguns 15 minutos para o início da peça fomos convidados a entrar e sentar. Não nas almofadadas e longínquas poltronas, mas no próprio palco. De fato, comecei a perceber porque tratava-se de uma peça intimista. No começo a divulgação de praxe da semana, datas e horas, e uma explicação rápida do porque começar um evento sobre linguagem com uma apresentação artística. Minha memória é ruim, mas lembro de ter ouvido um argumento plausível, nada que pudesse abalar um axioma e provocar uma reação em cadeia destrutiva. Mas vamos a peça.
A obra é encenada pelo ótimo ator Jairo Arco e Flexa, que dá vida a ninguém menos que Wittgenstein, o autor responsável (não culpado) pela virada lingüística na filosofia[1]. O texto além de extenso, é complexo, em outras palavras, recheado de informações das duas obras do filósofo, a saber, Tractatus Logico-Philosophicus e Investigações Filosóficas. Quero destacar aqui três momentos marcantes da peça, pelo menos para mim:
1) A família de Wittgenstein não enfrentava dificuldades econômicas. Outrossim, eram admiradores e famosos por fomentar as belas artes. O pai de Ludwig era um rico industrial, dedicado a amparar novos artistas, como pintores, músicos, etc. Quando, nos jantares proporcionados pela família Witt., aparecia a aborrecida e controversa figura de Johannes Brahms (a casa era bem freqüentada, eu disse), a cortês despedida dos nobres tomava um novo tom. Onde deveria reinar a realeza travestida da mais elegante etiqueta, ouvia-se em alto e bom som: “Senhores e senhoras, se caso esqueci de ofender alguém, aceitem minhas mais sinceras desculpas”.
2) O momento em que recebe o convite de Schlick para visitar o Círculo de Viena, entorpecido pelo seu Tractatus. Apesar de relutante e indisposto a fazer parte do seleto grupo de pensadores, atende ao pedido de seu amigo Schlick, pelo qual nutria extremo respeito e admiração. Na esperança de ouvir o filósofo que quis colocar ordem no mundo, todos os integrantes sentaram-se em círculo (isso não é uma ironia) esperando pela fala de Wittgenstein. Mas, ao contrário do que esperavam, o que ouviram foi a poesia de um indiano [2], muito em voga naquela época em Cambridge. A descrição da ousadia, e conseqüentemente, a expressão dos filósofos positivistas foi hilária. Muito engraçada.
3) A narrativa da morte de Moritz Schlick foi emocionante. O susto do disparo em som alto, extremamente bem sacado, levou a diminuta platéia a sentir a surpresa impactante da morte do professor, por um aluno “mentalmente desiquilibrado”.
Ainda houve outros momentos interessantes, perturbadores, engraçados, etc. Mas como escrevo mal e você conseguiu chegar até aqui, devo presenteá-lo com o final das descrições de mais cenas. Concluindo, ao final do espetáculo, ainda deu tempo de bater um papo com mais uns amigos e sentir um pouco do frio da noite londrinense, aquele ar que entorpece os pulmões (saudades do ventoso frio da minha Pasárgada, Itu). Abraços a todos (nenhum) leitores.
[1] Detalhe para o meu limitado conhecimento em Filosofia da Linguagem.
É uma beleza, não é? O projeto “Playing For Change” antes de qualquer bandeira, sobre a paz ou o que for que seja, é de uma beleza descomunal. Incrível como uma idéia batida (We Are The World, remember?) ainda é capaz de deixar o mundo de queixo caído. Eu sou um entusiasta dessa empreitada, que já conseguiu, entre outras coisas, produzir um show com alguns famosos integrantes dos vídeos, que já são sucesso na rede. Abaixo, o link sobre o que é (não me importo com as causas, como já disse) e como funciona.Agora, vamos e venhamos, a Tula (Tal Ben Ari) é excelente. Cantora também.
Ontem assisti em casa, com alguns amigos, a final do campeonato paulista. É claro que já imaginava que o meu time seria campeão, lugar comum para quem acompanhou o jogo da semana passada. O Corinthians era campeão paulista com uma rodada de antecedência.
Meu cunhado que é santista, acreditava (sem boas razões para isso) na virada. Se fosse o Corinthians com a ardilosa missão do Peixe, daria para acreditar, e nisso apóio-me no sofrido passado histórico do Timão. Só nesse campeonato paulista alguns exemplos são ilustrativos, como a cabeçada do Gordo no finalzinho do jogo contra o Palmeiras, ou até mesmo o empate com o São Paulo na fase classificatória (claro, o gol foi inesquecível).
Depois do fim do jogo, que findou como todos os participantes de mesa redonda previam, fui até a Av. Higienópolis. Disseram-me que sempre é palco de inflamadas comemorações, mas eu, cético como sou, pensei: “No Paraná ver uma avenida fechada para comemoração de um time paulista? Só vendo mesmo”. Dito e feito. A avenida estava tomada de Corinthianos, flamulando suas antigas e novas bandeiras. Uns com uniformes raros e antigos, como do campeonato paulista de 1977, outros, como a que usava meu amigo, uma camisa patrocinada pela BASF. Quem se lembra da BASF, ou melhor dizendo, o que é Basf? Antigos ou recentes, estavamos nós os alvi-negros na rua.
Levemos em conta ainda uma chuva gelada que caía fininha quando chegaram os primeiros mosqueteiros, e que depois progrediu a uma torrente de lavar calçada. Mas foi bom, foi invicto, foi Corinthians. E eu imaginando a rua tomada por atleticanos.
O vídeo retrata o ciclo de vida da bolacha-do-mar Clypeaster subdepressus e faz parte do meu projeto de mestrado pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo.
Coletamos os adultos em fundos arenosos do Canal de São Sebastião (São Sebastião, SP, Brasil) e os induzimos a liberarem seus gametas (óvulos e espermatozóides). Fizemos a fecundação in vitro e acompanhamos o desenvolvimento dos embriões no laboratório, sob microscopia de luz. Os embriões tornam-se larvas natantes, com cerca de 0,2 mm, que alimentamos com microalgas até sua metamorfose. Uma pequena bolacha-do-mar cresce dentro da larva. Quando os minúsculos pés e espinhos estão formados a larva afunda e sofre a metamorfose. O filhote de bolacha-do-mar reabsorve os tecidos larvais e passa a explorar seu novo habitat, entre os grãos de areia.
Os números no canto superior direito mostram quanto a cena foi acelerada.
Fizemos todas as filmagens no Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (CEBIMar-USP), localizado em São Sebastião, SP, Brasil, litoral norte do estado de São Paulo. Encontrei Aqui.
Migrando do Wordpress para o Blogger, por uma série de motivos. Os dois mais importantes são, necessariamente na ordem: falta de conhecimento com hospedagens em bancos de dados e linguagem de trabalho complexa demais (Php). Sei que o html é bem menos poderoso, mas ganha, e muito, em simplicidade. Meu interesse é redigir bons textos e para isso me basta o blogger. Vou "repostar" aqui alguns textos de lá, afinal, não vou reescrevê-los. Abraços á todos.