quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Post Rápido
Um post para dormir mais tarde
Estava com título e texto prontos quando descobri, tardiamente, uma senhora chamada Ayn Rand. Então, adiei as piadas e comentários ginasianos para postar uma entrevista de fazer perder o sono. Como posso convencê-los a assistir as três partes? Abaixo, trechos da primeira parte da conversa. Abraço.
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Mike Wallace: "...a resenha diz que você pretende destruir praticamente todas as bases do "American way of life" contemporâneo, nossa religiosidade judaico cristã, nosso capitalismo regulado pelo Estado, o fato de sermos governados pela vontade da maioria. Outras resenhas declaram que você debocha da igreja e do conceito de Deus. Essas declarações são corretas?
Ayn Rand: Sim. Eu concordo com os fatos, mas não com o julgamento dessas declarações. Se de fato questiono as bases dessas instituições, é porque questiono a moral altruísta, o pressuposto de que o dever moral do homem é viver pelos outros, sacrificar a si mesmo pelos outros - o que representa a moral vigente atualmente.
Mike Wallace: O que você quer dizer com "sacrificar a si mesmo"?... Você diz não gostar do altruísmo segundo o qual nós vivemos. Você prefere um tipo de egoísmo "randista"...
Ayn Rand: Dizer que eu não gosto é muito pouco. Para mim isso é perverso. E o auto-sacrifício é um conceito segundo o qual o homem deve servir aos outros para justificar sua existência, e que isso é seu dever moral. É nisso que a maioria das pessoas acredita atualmente.
Mike Wallace: Mas é claro, aprendemos a nos preocupar com nossos semelhantes, nós nos sentimos responsáveis por seu bem estar, e sentimos que, como dizem os religiosos, filhos de Deus e responsáveis uns pelos outros. Por que se rebela? O que há de errado com essa filosofia?
Ayn Rand: Mas é exatamente isso que faz com que o homem sacrifique a si mesmo, a noção de que ele precisa trabalhar pelos outros, preocupar-se com os outros e ser responsável por eles. Esse é o papel de um objeto sacrificial. Eu digo que todo homem tem direito a sua própria felicidade. E que ele deve conquistá-la sozinho. Mas ele não pode exigir que os outros abram mão de suas vidas para fazê-lo feliz. E ele nem deve querer sacrificar a si mesmo pela felicidade alheia. Eu defendo que o homem deve ter autoestima.
Mike Wallace: E ele não pode ter autoestima e também amar seu semelhante? O que há de errado em amar seu semelhante? (...)
Ayn Rand: É imoral se colocado antes do amor por si mesmo. Mais que imoral é impossível. Pois amar a todos indiscriminadamente, significa amar as pessoas sem qualquer critério, amá-las mesmo que elas não tenham qualquer valor ou virtude. Significa amar a ninguém.
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Ps: Mal posso esperar para que o meu "A Revolta De Atlas" chegue. A entrevista legendada encontrei no site da editora Sextante.
domingo, 19 de setembro de 2010
The Atheist Experience
domingo, 6 de junho de 2010
Atirou no que não viu e... acertou!
i) Não posso culpá-lo.
ii) E quem nunca confundiu, que atire a primeira pedra!
iii) É que ele não conhece a minha.
iv) Fale a verdade homem, assuma seu crime!
v) Se a desculpa funcionar, o que vai ter de onça aparecendo por aí...
vi) Semelhança com Anta também vale? E uma vaga lembrança...?
vii) Marido: - Não percebi, quando a vi, já estava no chão com uma camiseta amarela, shorts rosa e tênis laranja. Praticamente camuflada...
viii) Em casa, quem mata se desconfiar de alguma coisa é a onça. Se é que me entedem...
ix) Segundo apurado, é muito comum na região onças ficarem na cozinha, preparando o almoço e cantando junto com o rádio. A confusão era eminente.
x) Tem onça em Itu? Serve Capivara?
xi) Onça boa é onça morta!
xii) O crime é matar animal silvestre, não é?
xiii) Em depoimento ao delegado, Onça admite emocionada: -"Eu sabia de tudo. Fui usada como desculpa, mas ele disse que me amava. Me sinto um animal, um tapete velho".
xiv) Onça passa bem.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Maquiavel e a mulher mais feia do mundo
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Uma vez lá dentro, distingui na escuridão uma mulher agachada num canto, exalando modéstia com uma toalha cobrindo a cabeça e o rosto. Aquela velha tratante me tomou pela mão, me mostrou a mulher e me disse:
- Essa é a camisa que eu quero vender, mas queria que você a provasse antes e depois você a paga. Eu, cauteloso que sou, senti-me bastante amedrontado; porém, ficando a sós com a tal e no escuro (já que a velha saiu logo da casa, fechando a porta), para encurtar a história, sozinho com ela naquele breu, eu a fodi de um só golpe. Embora sentisse as suas coxas um pouco moles e a sua xoxota desanimada - e o seu hálito era um pouco fedido -, ainda assim, excitado como estava, fui aos finalmentes com ela.
Tendo terminado, e com vontade de dar uma olhada na mercadoria, peguei um pedaço de madeira da lareira do quarto e o acendi, mas quase deixei cair das minhas mãos antes que se apagasse. Urgh! Quase caí morto com aquele borrão da visão, aquela mulher tão feia. A primeira coisa que notei nela foi um tufo de cabelo metade branco, metade preto - em outras palavras, esbranquiçado. Embora o topo de sua cabeça fosse careca (graças à calvície, era possível perscrutar alguns piolhos passeando por ali), alguns poucos e finos fios de cabelo desciam até a fronte. No meio de sua cabeça pequena e enrugada, ela tinha uma cicatriz de queimadura que fazia parecer como se tivesse recebido uma marca no mercado; na ponta de cada sobrancelha, em direção aos olhos, havia um aglomerado de lêndeas; um olho olhava para cima, o outro para baixo - e um era maior; seus dutos de lágrimas estavam cheios de remela e ela não tinha cílios. Tinha um nariz arrebitado incrustado baixo demais no rosto e uma das narinas estava cortada e cheia de ranho. Sua boca parecia a de Lorenzo de Médici, mas era torta para um lado, e desse lado escorria uma baba porque, não tendo nenhum dente, ela não podia conter a saliva. Seu lábio superior servia de apoio para um longo e ralo bigode. Ela tinha um queixo longo e pontiagudo um pouco virado para cima; uma papada levemente peluda balançava até seu pomo de adão.
Enquanto fiquei ali absolutamente desconcertado e estupefato olhando aquele monstro, ela tomou consciência disso e tentou perguntar "Qual é o problema, senhor?", mas não conseguiu porque gaguejou. Assim que abriu a boca, ela expeliu um tal fedor em seu hálito que meus olhos e meu nariz - portais vizinhos para o mais delicado dos sentidos - se sentiram assaltados por ele e meu estômago ficou tão indignado que foi incapaz de tolerar esse ultraje; começou a se rebelar, e então se rebelou - de modo que vomitei em cima dela. Tendo-a ressarcido em espécie, parti. E juro por todos os céus que, enquanto estiver na Lombardia, podem me condenar ao Inferno se pensar em voltar a ficar excitado; e se você agradecer a Deus por eu ter encontrado tanta diversão eu agradeço a Ele por perder o medo de não ter mais tanto desprazer.
Creio que levarei desta viagem algum dinheiro e verei quando chegar a Florença se começo algum negócio. Pretendo montar um galinheiro, preciso encontrar alguém que o administre: acredito que Piero di Martino seja suficiente; fale com ele se quer ser o chefe e responda-me, porque se ele não o quiser eu vou procurar outro.
Das novidades daqui Giovanni as relatará. Lembranças e recomendações a Jacopo, e não se esqueça de Marco.
Em Verona, 8 de dezembro de 1509.
Espero a resposta de Gualtieri sobre minha história comprida e inverossímil.
A tradução da carta para o português vem de várias fontes. Usei o trecho que aparece no livro de Michael White (Maquiavel, um Homem Incompreendido), outro de Maurizio Viroli (O Sorriso de Nicolau: História de Maquiavel) e, para o restante da carta e outras expressões dos originais de Maquiavel, tive a ajuda de Lulla Gancia".
Importante: Esse texto foi editado por mim. O artigo completo foi publicado na revista Piauí e escrito por Caio Túlio Costa, com o título "Maquiavel e a mulher mais feia do mundo". Apesar de suas generalizações e banalidades filosóficas, faz rir a qualquer indivíduo com boa imaginação.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Rápida (diretamente de Itu)
- Em quem o senhor votaria para presidente da república: José Serra ou Dilma Rousseff?
Apavorado e, seguindo a voz do coração, respondi:
- Soltem Barrabás!